quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Democracia

Tanto localmente como a nível nacional, alguns (muitos? poucos?) se têm interrogado sobre como se vive internamente no PCP. A resposta está clara na obra de Álvaro Cunhal "O partido com paredes de vidro". Esta obra impar no panorama político mundial reveste-se de acrescida importância para todos aqueles que, como eu, sentem orgulho em se afirmarem comunistas! É através de documentos fundamentais como este que devemos aferir permanentemente a nossa prática, a nossa conduta, a nossa inserção no trabalho coletivo. Quem dirige, terá responsabilidades acrescidas no escrupuloso cumprimento dos princípios definidos. No momento em que a luta cresce por todo o país e somos chamados a intervir no plano social, no plano político e no plano eleitoral, deixo-vos um pequeno excerto acerca de:
 
O PROFUNDO SIGNIFICADO DA DEMOCRACIA INTERNA
“Na experiência do PCP, a democracia interna, em que assenta o centralismo na sua mais elevada acepção, acabou por traduzir-se, através de um demorado e criativo trabalho educativo e pela convergência de todos os seus princípios, normas e práticas, numa característica essencial do Partido na actualidade: o trabalho colectivo, a noção e a dinâmica do grande colectivo partidário. Democracia tem de significar uma intervenção efectiva das organizações de base e dos membros do colectivo no exame dos problemas e na elaboração da orientação partidária. A democracia interna pressupõe o hábito de ouvir, com respeito efectivo e interesse de compreender e aprender, opiniões diferentes e eventualmente discordantes. Pressupõe a consciência de que, como regra, o colectivo vê melhor que o indivíduo. Pressupõe a consciência em cada militante de que os outros camaradas podem conhecer, ver e analisar melhor os problemas e ter opiniões mais justas e mais correctas. A democracia interna é um conjunto de princípios e uma orientação do trabalho prático que se insere na esfera da teoria, da política, da prática e da ética. A democracia interna do Partido é uma forma de decidir, um método de trabalho, um critério de discussão e de decisão, uma maneira de actuar e de estar na vida, uma forma de pensar, de sentir e de viver. Democracia implica um elevado conceito acerca do ser. Por isso o comunista educado nos princípios democráticos é democrata sem esforço. É democrata porque não sabe pensar e proceder de outro modo. Porque não tem um desmedido orgulho e vaidade individual. Porque tem consciência das suas próprias limitações. Porque respeita, porque ouve, porque aprende, porque aceita que os outros podem ter razão. Este profundo conteúdo da democracia interna do Partido é o resultado de uma larga evolução e de uma acumulação de experiências, próprias e alheias. Muito há ainda que melhorar e aperfeiçoar.”
In: “O partido com paredes de vidro – Álvaro Cunhal”, 2010, P. 110
 
 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

“Se podes olhar, vê! Se podes ver, repara”

"A frase retirada do Livro dos Conselhos: “Se podes olhar, vê! Se podes ver, repara”
Para Saramago a visão divide-se em vários patamares: olhar, ver e reparar são as suas três declinações, sendo que a primeira, de carácter nível mais elementar, implicando, por isso, uma panorâmica geral, isto é, pressupõe o abarcar de um determinado espaço que é “varrido” pela vista, sem contudo se deter, muito sobre nenhum aspeto em particular. Logo depois vem o “ver” que obriga a fixar a vista em algo que chamou a atenção durante o “olhar”, pressupondo, já, algum grau de descodificação ou capacidade de interpretação. Como se a lente ocular ampliasse o objeto, tal como a lente de um binóculo, de um telescópio ou mesmo dum microscópio. Por último, o grau máximo de precisão nesta escala tem a ver com o ato de “reparar” em algo. O aspeto focado no estágio anterior é, além de analisado e dissecado, retido na memória a longo prazo. A memória é que permite a deteção, identificação, ligação e finalmente a compreensão das situações, por analogia, proporcionando as adaptações do comportamento necessárias à mudança."
Quando o olhar “varre” o horizonte das pessoas, mas o ver se aplica na forma de “subjetivo solitário”, que só repara no que para si brilha, a memória apenas deteta, identifica e compreende o que dá jeito.
Vários “olhares”, multiplicam-se em múltiplos “veres”, que brindam múltiplos “reparares”. Quando só um para de olhos vê, em pouco reparam. Tristes dos que estão cegos, porque apesar de crerem o contrário, não olham, não vêm, nem reparam!
O antídoto para esta cegueira, é o trabalho coletivo! Com o olhar, o ver e o reparar de muitos. Até lá, será a tristeza da cegueira e da derrota!...
 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Cuba: caminhos de futuro

A Revolução Cubana apaixona-me! Com todas as opiniões coincidentes ou controversas. A dignidade do povo cubano, cercado pelo império, é exemplo para todos os povos do mundo. A capacidade de recriar e de aplicar criativamente o marxismo-leninismo, são contribuições a ter em conta por todos os que se interessam pelo desenvolvimento da humanidade.
Para compreendermos alguns aspetos dos caminhos de desenvolvimento da revolução cubana, proponho-vos um estudo  (aqui) de Camila Piñeiro Harnecke - Professora, investigadora y consultora de empresas, Centro de Estudios de la Economía Cubana (CEEC) (Publicado na revista cubana Temas, nº 70 Abril-Junho de 2012).
“Em Cuba define-se atualmente um novo caminho para a nação. Tratar-se-á de um socialismo estatista melhor organizado, ou um de mercado ou um realmente democrático, ou – mais provavelmente – uma combinação dos três. Prever que visão irá prevalecer nas mudanças atuais é um mero exercício especulativo. No entanto, algumas evidências permitem avaliar o peso que tem hoje cada propositura, e as possibilidades da flutuação da sua influência.”
 
 

Às portas de Madrid

"18 de Fevereiro de 1936 é a data do início da sublevação fascista em Espanha, do início da guerra civil. Recordá-la nos dias de hoje é também relembrar que as potências ocidentais que assumiram a posição de “não intervenção” (hoje empenhadas em agressões imperialistas em vários continentes) agiram como aliados objectivos da intervenção directa dos fascistas alemães e italianos. É, por outro lado, lembrar a heróica solidariedade combatente das Brigadas Internacionais. Recordar esses revolucionários maravilhosos é um dever numa época em que o fascismo levanta a cabeça na Europa, nos EUA, na América Latina. Nas planuras e montanhas da Espanha eles souberam lutar e morrer em defesa da Humanidade, de valores e ideais que conferem significado à vida." Miguel Urbano Rodrigues (lêr mais aqui)
 
 
 
 
 

Relvas: o ministro "cantor"

Para ajudar Relvas - o ministro cantor na proxima "graduação academica de cantor" aqui lhe mando a letra que todos percebemos que ele não sabia.
E ja agora, uma prenda cantada pelo Jose Barata Moura...

Grândola, vila morena

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade


Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
 
Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade


Terra da fraternidade
Grândol, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
 
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade


"Idosos pá prisão": já!

Olhai senhores, ao ponto a que chega a miséria de políticos de um país! A troika nacional, a solto da troika internacional, peão de brega do poder da finança mundial, condena à morte lenta o povo do nosso país! À frente vão os idosos! No entanto, a capacidade criativa do povo não se esgota: lutar por várias formas é o caminho1 Até com ironia!...
 



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Que respostas à crise capitalista?

Para qualquer cidadão interessado no desenvolvimento das sociedades, independentemente da perspetiva ideológica que enforme o seu pensamento, terá importância perceber onde se situam ou devem situar os partidos políticos, enquanto reflexo das ideias das classes que representam. O texto que partilho e vos convido a estudar, "A participação dos PC`s no governo: uma forma de sair da crise capitalista?" (da autoria de Herwig Lerouge - redator-chefe da Estudos Marxistas, www.marx.be), relata algumas situações concretas em países da Europa. É uma análise fundamentada.
Destaca o autor a certa altura: "A verdadeira pergunta é saber de que maneira os partidos comunistas se vão preparar para as batalhas que virão, como vão organizar-se para ser capazes de assumir eficazmente a carga das novas lutas da classe operária e da população trabalhadora no sentido amplo. A crise leva grandes massas de trabalhadores a dar as costas à socialdemocracia. Não devemos oferecer-lhes uma sociedade socialdemocrata renovada. É necessário um partido revolucionário que tenha em conta o nível de consciência atual, que faça seus os problemas do povo, que fale uma linguagem acessível, que busque a unidade do maior número possível de pessoas na luta. Porém, que não esqueça seus princípios, que mantenha o rumo para uma sociedade na qual não exista exploração do homem pelo homem, uma sociedade sem propriedade privada dos meios de produção, uma sociedade em que os trabalhadores sejam realmente livres e com um Estado que proteja a liberdade da vasta maioria contra a opressão de uma minoria."
Em Portugal, o PCP responde aos desafios da nossa sociedade assim (vêr aqui).
 
 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Cuba cria vacinas contra o cancro

Convido-vos a verem o vídeo e a lerem o artigo sobre um assunto que certamente não se falará muito, porque quem manda não deixa...
 
 

A foice e o martelo

Desde sempre, na marcha das lutas por um mundo melhor, foi detetado o fenómeno da traição. O que se tem passado dentro do Partido Comunista Francês (vêr aqui), é o caminho da capitulação, no quadro de um designado “Partido da Esquerda Europeia”. A negação dos princípios e agora até do símbolo histórico dos comunistas (a foice e o martelo), são bem demonstrativos de que em breve a classe operária e os trabalhadores e lutadores mais consequentes na França, fundarão um novo partido capaz de se afirmar como vanguarda na luta pelo socialismo.
As últimas opções tomadas em congresso, são o culminar de um processo não só de afastamento dos princípios, como também do afastamento das bases e dos elementos de classe que constituem o partido. Para além de outros aspetos importantes, esta realidade vem revelar que não é possível ser vanguarda sem interpretar fielmente a contribuição de cada militante, no quadro da organização e no respeito pelo centralismo democrático. Vem mostrar ao que se pode chegar com quadros dirigentes, que se substituiem aos coletivos e "manipulam consciências". Tudo o que se tem passado, é a negação dos princípios exemplarmente articulados em “O partido com paredes de vidro” de Álvaro Cunhal, cujo centenário do nascimento se comemora.
Hoje, mais que nunca, é imperioso estamos vigilantes contra todas as ameaças, estejam elas travestidas de “comunismo de nova geração”, de “eurocomunismo” ou camufladas de vermelhos e amarelos de vários matizes. A melhor forma de lutarmos contra as ameaças, é nos coletivos partidários e junto do povo, alfobre de quadros e gerador das ideias que darão origem à proposta e à alternativa. Sempre que assim não for, estaremos, mais tarde ou mais cedo, irremediavelmente perdidos.
"Os comunistas de toda a Europa devem retirar conclusões desta evolução do PCF, do partido que está à cabeça do oportunismo europeu e de lutar para que, nos seus países, seja derrotado o oportunismo, tanto no plano político como no plano ideológico e organizativo". 

 
 


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Papa: o exemplo que o coelho devia seguir!

Garanto-vos que, com todo o respeito pela(s) religião(ões), nunca simpatizei com este cavalheiro, este Paoa. Não tenho como particularmente significativos os seus exemplos.  O cardeal e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé – novo nome dado ao antigo tribunal da Inquisição, não me merece outra coisa que não o sentimento que guardo para os inimigos da humanidade.
Dá-me geito evocar o seu exemplo de renuncia ao poder (não conheço verdadeiramente os motivos, para além do que oficialmente é dito...).
É por isso que gostosamente me colo ao criador desta imagem (um tal  Ti Álvaro das Farturas) que no seu FB nos oferece o exemplo historico do "homem de Deus" ao "causador do nosso inferno":
 
Coelho: se eu posso você tb pode: RENUNCIE!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Stalingrado: a viragem!

A vitória do Exército Vermelho em Stalinegrado foi o ponto de viragem na II Guerra Mundial. A máquina de guerra nazi-fascista, até então invencível, começou aí o recuo que apenas terminaria com a libertação de Berlim pelas tropas soviéticas. Só depois dessa vitória os aliados ocidentais empreenderam a abertura da “2ª frente”, que protelavam desde 1941. E esse facto não deve nunca ser elidido se se pretender compreender o que esteve efectivamente em causa no conflito, e a gigantesca responsabilidade histórica que o Exército Vermelho e o povo soviético heroicamente assumiram.
 
 
 

Alô! Alô! Condenados!

Que raio de país é este em que uma pequena tempestade põe tudo de pantanas? O dia 19 de janeiro continua a ser para muitos, como eu, um monte de problemas. Com a reposição da eletricidade, foi o que se viu. Com os telefones e internete, continua a saga e continuam as "mentiras" da PT!
Quase um mês depois, os cabos continuam cortados e os postes no chão! Que raio de "serviço público" é este? Que raio de "país europeu" somos nós? Quando a coisa for a sério, o país fecha para obras!...
Alô! Alô! Quem é que nos defende deste "estado" que nos põe em mau estado?
 
 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Já tenho licenciatura! (MR)

Partilho convosco as Décimas do Sr. Máximo, natural de Avis (Alto Alentejo).
JÁ TENHO LICENCIATURA

Já tenho licenciatura
Agora sou um doutor,
Tenho montes de cultura
Vou ser Ministro? E se fôr?...
Inscrevi-me ao fim do dia
Naquela Universidade
Dos diplomas de inverdade
P'ra testar o que sabia.
Já de manhã, mal se via,
De maneira prematura
Eu fiz muito má figura.
Mas mesmo sem saber nada
Formei-me na Tabuada,
Já tenho licenciatura!

Dei cem erros no ditado.
E agora o mais curioso :
Por estar muito nervoso
Á recta chamei quadrado!
Quando me foi perguntado
Se conhecia o Reitor,
Respondi que não senhor
Embora fosse meu tio!
Disse mentiras a fio,
Agora sou um doutor!

Com mesquinhez e com tudo
Puxei das equivalências,
Juntei outras mil valências
Deram-me mais um canudo.
Com diplomas, contudo,
Era fácil a leitura,
Deixei de ser um pendura,
Sou político afamado.
Sou falado em todo o lado,
Tenho montes de cultura

Já sou Mestre em Corrupção,
A todos sei enganar.
Habituei-me a roubar
Tirei curso de ladrão.
E agora, queiram ou não,
Mesmo sem nenhum valor,
Eu falo que é um primor
Na Assembléia sentado.
Para já sou deputado.
Vou ser Ministro? E se fôr ?


Décimas do Sr. Máximo, natural de Avis (Alto Alentejo).




 


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Saúde: desmontar as "tangas" das toikas!

Deixo à vossa consideração um trabalho de Eugénio Rosa intitulado "Em defesa das funções sociais do estado". Um trabalho para estudar com atenção e que dispensa qualquer comentário.