sexta-feira, 28 de março de 2014

Ucrânia: mais elementos para a possível compreensão do que se passa...

Vivemos um tempo em que a informação circula em quantidade e diversidade. Desgraçadamente os principais meios de comunicação são propriedade de grupos económicos e, como tal, têm como objetivo central a defesa dos seus interesses. Salvo raras e honrosas exceções, geralmente ficamos a saber apenas uma parte das coisas. Daí que seja importante estudar e divulgar outros pontos de vista, mesmo que eles não coincidam exatamente com o nosso pensamento. Proponho-vos a leitura de um trabalho bem documentado que ajuda a esclarecer quem é quem e o quê na recente luta ainda em curso na Ucrânia.
Esclareço que, estando de acordo com Miguel Urbano Rodrigues, tenho a convicção de que “Vladimir Putin não é um revolucionário. … Não lhe passa pela cabeça pôr em causa o capitalismo.” in: http://www.pcp.pt/avante/20010125/417g6.html
E já agora, leiam também aqui http://www.ionline.pt/iopiniao/licoes-da-ucrania

sexta-feira, 7 de março de 2014

Não subiram mais, porque não quiseram!

Foi a maior manifestação de sempre dos profissionais das forças e serviços de segurança. Cerca de 18.000 profissionais de várias polícias e guarda.
O “jogo do empurra” frente à Assembleia da República só acabou “em bem” porque se tratava de uma manifestação de polícias e guardas. Diga-se o que se disser! Por muito menos que aquilo já noutras situações alguns agentes e chefes mais caceteiros agiram de forma substancialmente diferente!
A manifestação das polícias vem mais uma vez demonstrar o estado de degradação a que chegou a situação política, económica, social, anímica, etc. do país. O governo não sabe governar! E uma cada vez maior mole de trabalhadores e populares, não quer este!
A máquina de propaganda do governo, apoiada nos meios de comunicação social, propriedade dos grandes grupos económicos, manipula a consciência da generalidade das pessoas. Vendem o “milagre económico” e um novo tipo de “ventres ao sol”, que não vislumbram saída para as suas vidas. Atacam com ferocidade os trabalhadores do estado (funcionários, professores, polícias, médicos, enfermeiros, etc.) como se fossem estes os culpados pelas políticas que são apenas da sua responsabilidade. A via capitalista de desenvolvimento, em Portugal e no mundo, arrasta consigo a miséria da maioria, a degradação económica, cultural e social e condena o futuro dos povos.
É possível um outro caminho com um outro governo que não roube ao povo para dar ao grande capital! É necessário e urgente unir os patriotas contra estas políticas.
As polícias também estão em luta!
Mais degrau, após degrau, é preciso subir os patamares da nossa indignação! É preciso mudar de governo e mudar de política! Subir! Porque nós queremos!
 
 

quinta-feira, 6 de março de 2014

PCP: 93º aniversário - tantas vidas, tantas lutas!

"O Partido Comunista Português faz 93 anos.
...
Foram anos de combate tenaz e sem tréguas, que continua, pela causa mais justa e avançada que a Humanidade produziu: o projecto de uma sociedade sem classes, que ponha fim à exploração do homem pelo homem, às desigualdades, às discriminações, às injustiças e aos flagelos sociais que marcam o capitalismo; o projecto de construção do socialismo e do comunismo.
Este combate, por estes que são objectivos supremos e razão de ser da luta dos comunistas, implica muitos outros: pela democracia e pela liberdade; pelo trabalho e pelos direitos; pela educação, pela saúde e pela protecção social; pela cultura e pela Paz. O PCP travou-os a todos; e trava-os ainda hoje.
Característica marcante destas mais de nove décadas é o facto de a luta dos comunistas portugueses ter sido quase sempre travada contra a corrente e em oposição ao estado de coisas existente. Mesmo quando isso implicava, como implicou a tantos e tantos militantes, a prisão, a tortura e, não poucas vezes, a morte. As tempestades, por mais violentas que tenham sido, nunca apanharam o PCP pelas costas.
Em ditadura como em liberdade, em tempos negros de fome, miséria e repressão como nos tempos luminosos da Revolução de Abril, os comunistas sempre se bateram em defesa dos direitos e aspirações dos trabalhadores e do povo, contra as políticas que servem aqueles poucos que, à custa da exploração da imensa maioria, amassam crescentes fortunas. Esta opção é outra marca constante do longo percurso do Partido Comunista Português." In: http://www.avante.pt/

Ucrânia: para quando a palavra ao povo?

A situação que se vive na Ucrânia, põe em confronto os senhores do império UE e EUA por um lado e a Rússia capitalista por outro. No meio fica o povo ucraniano, que continua a ser vítima dos grupos mafiosos que têm partilhado os poderes no país. Os "grandes democratas" para era pós-soviética arrasaram o país. Os "novos protagonistas" são os grupos neo-nazis, a soldo de poderes financeiros mundiais. As raízes históricas em que mergulha a história da região, aconselhariam prudência e tato na resolução dos conflitos. Mas aqui como noutros pontos do planeta, os meios parecem justificar os fins!... O desenvolvimento capitalista-mafioso do país, levou a situação até aqui. É imprevisível como terminará o conflito. Tem-se assistido a uma escalada em que vale tudo.
 
Partilho convosco a
 
Declaração sobre o avanço reacionário na Ucrânia
Declaração conjunta de Partidos comunistas e operários sobre os recentes acontecimentos na Ucrânia

(sob proposta de KKE e DKP)
 
"Os recentes e dramáticos acontecimentos na Ucrânia representam, não a “vitória da democracia” por parte dos autonomeados “revolucionários” - como pretendem os órgãos de comunicação de massas dos Estados Unidos e da União europeia - mas uma perigosa evolução, sobretudo para o próprio povo ucraniano.
As forças políticas reaccionárias, herdeiras ideológicas dos nazis, surgiram politicamente à tona com o apoio da UE e dos EUA. São forças que para além de destruírem as sedes dos seus adversários têm como programa a perseguição política e a ilegalização dos partidos, sobretudo afrontando os comunistas, e uma legislação racista tendo como alvo a população de língua russa, idêntica à que há 20 anos vigora nos países do Báltico “europeu” com o tácito apoio politico da UE.
Os Partidos comunistas e operários subscritores desta declaração conjunta:
- Manifestam a sua solidariedade e apoio aos comunistas da Ucrânia, e em primei àqueles que em muitos casos saíram à rua para defender os monumentos a Lénine e aos antifascistas, tomados como alvo pelo branqueamento da história levada a cabo pelos grupos armados nacionalistas-fascistas.
- Denunciam os EUA e a UE pelo seu manifesto envolvimento nos assuntos internos da Ucrânia, pelo apoio directo que prestaram e continuam a prestar aos grupos armados fascistas, sustentando o revanchismo histórico contra as vitórias da II Guerra mundial, convertendo o anticomunismo em política oficial, agindo de forma a embelezar os grupos fascistas e a sua ideologia e actividade criminosa, promovendo a divisão do povo da Ucrânia através do planeamento de perseguições e confrontos na zona russófona.
- Sublinham os perigos colocados pelas posições das forças oportunistas, que semeiam ilusões acerca da possibilidade da existência de uma outra e “melhor UE”, ” um melhor e diferente acordo de associação da UE com a Ucrânia”. A UE, tal como qualquer outra união capitalista inter-estatal, é uma aliança predadora de carácter profundamente reaccionário e não só não pode vir a tornar-se amiga do povo como age e continuará a agir contra os direitos dos trabalhadores e dos povos.
- Assinalam que os acontecimentos na Ucrânia se articulam com a intervenção da UE e dos EUA, e resultam da forte competição entre estas potências e a Rússia pelo controlo dos mercados, das matérias-primas e das redes de transporte desse país. Todavia o povo ucraniano, tal como todos os outros povos da Europa, não tem interesse em alinhar nem com este nem com aquele bloco imperialista, nem com esta nem com aquela aliança predadora.
- Os interesses da classe operária e das camadas populares da Ucrânia residem em resistirem a envolver-se em lógicas de divisão nacionalista, sobre a base de particularismos étnicos, linguísticos e religiosos, e em dar prioridade aos seus interesses de classe comuns, em definir o seu percurso de luta de classe pelos seus direitos e pelo socialismo. O socialismo continua a ser mais oportuno e mais necessário do que nunca. É esta a perspectiva a partir da qual deve ser confrontada qualquer união capitalista inter-estatal, para abrir o caminho a uma economia e uma sociedade que se organize não sobre a base do lucro mas sobre as necessidades dos trabalhadores."
26/02/2014 (publicado em http://www.odiario.info/?p=3200)
 
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O que espera o povo ucraniano será talvez o que muito bem retrata Paul Craig Roberts 
(http://www.resistir.info/ucrania/roberts_25fev14.html).